PARTE 1- NOVE DA MANHÃ
Pelas persianas se vislumbra
Ali bem pertinho do sinal
O diário vendedor de frutas no seu posto
A aliciar os carros que transitam
Seduzindo com cores e sabores.
A vermelhança dos cajus no tabuleiro
Compõe com a amarelitude esverdeada das mangas
Um tropiquadro agridoce deste prenúncio de dezembro.
Meninas de canga e chinelo de dedo
Desfilam fagueiras em busca do Atlântico
Para realçar a morenitude tão nossa que atiça
Seduzindo com cores e amores.
PARTE 2 – NOVE DA NOITE
Meninas de todos os sexos
Economizam nas roupas
Exibem curvas e batons
E se postam vendedoras si no mesmo sinal da manhã
Atentas aos carros que transitam
E já não mangas nem cajus
Mas noturna mercadoria
Goiabas e maçãs
Do pomar das fantasias.
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