Olha aí, são os meus garis!
Que varreriam as ruas do Recife (antigo e digital)
E das Olindas também
Porém eles
Foram além
E fizeram o hino, o mantra
As troças varrem as ruas
Numa enxurrada de gente
Sem léu nem déu
E como uma cartola
Quanto mais descem
Mais querem subir
Quanto mais se passa
Mais há de passar
Aquela menina do cabelo curto (*)
Me segura na troça
Tava lá no domingo
Tava também na segunda,
Na mesma calçada dizendo:
- Varre! ... Varre! ... Varre!
Instigando a orquestra-vassoura
A levar os foliões
27 de Janeiro abaixo.
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(*)-No carnaval de 2008, quando eu seguia o Tanajura com Farinha, era domingo, fui instigado a fazer umas misuras por uma alegre foliona que estava com um grupo de amigos, bem próximo à sede de Pitombeiras. Após alguns segundos de meneios, ela já estava fazendo reverência a outro folião, volúvel aos parceiros, mas fiel à folia. No dia seguinte, quando passei pelo mesmo local, lá estava ela e seu grupo, reproduzindo o mesmo ritual: saudando os foliões, fazendo umas mungangas com algum escolhido, e, depois de algum tempo, satisfeita, mandando a troça passar, como uma rainha grega, ávida pelo transitório.