1 de dezembro de 2007

Antônio Falcão com Domingos Ferreira

Não é minha praia o verso livre. Surfo melhor nas ondas da tradição popular nordestina. Só que vez por outra chega dá uma veneta e arrisco a rabiscar uns versinhos avulsos, como estes que seguem abaixo:

PARTE 1- NOVE DA MANHÃ

Pelas persianas se vislumbra
Ali bem pertinho do sinal
O diário vendedor de frutas no seu posto
A aliciar os carros que transitam
Seduzindo com cores e sabores.

A vermelhança dos cajus no tabuleiro
Compõe com a amarelitude esverdeada das mangas

Um
tropiquadro agridoce deste prenúncio de dezembro.

Meninas de canga e chinelo de dedo
Desfilam fagueiras em busca do Atlântico
Para realçar a morenitude tão nossa que atiça
Seduzindo com cores e amores.

PARTE 2 – NOVE DA NOITE

Meninas de todos os sexos
Economizam nas roupas
Exibem curvas e batons
E se postam vendedoras si no mesmo sinal da manhã

Atentas aos carros que transitam
E já não mangas nem cajus
Mas noturna mercadoria
Goiabas e maçãs
Do pomar das fantasias.

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